quarta-feira, 25 de maio de 2011

Obesidade: Complicações e Tratamento



Obesidade


Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.


Nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano é o resultado de diferentes interações entre o seu patrimônio genético (herdado de seus pais e familiares), o ambiente socioeconômico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Assim, uma determinada pessoa apresenta diversas características peculiares que a distinguem, especialmente em sua saúde e nutrição.


A obesidade é o resultado de diversas dessas interações, nas quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma série de conhecimentos científicos referentes aos diversos mecanismos pelos quais se ganha peso, demonstrando cada vez mais que essa situação se associa, na maioria das vezes, com diversos fatores.


Independente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um aumento da ingestão alimentar e a uma redução do gasto energético correspondente a essa injeta. O aumento da ingestão pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua qualidade, resultando numa ingestão calórica total aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e endócrinos, incluindo doenças nas quais a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais.



A Obesidade é considerada um problema de saúde pública, pois sua complexidade e suas causas têm desafiado especialistas da área da saúde (Clinica, Cirúrgica, Educação Física, Psicologia etc). As alterações fisiopatológicas associadas a essa doença comprometem grande parte dos sistemas do organismo, dificultando ainda mais seu tratamento


Um indivíduo é considerado obeso quando a quantidade de tecido adiposo aumenta em uma extensão tal que a saúde física e psicológica são afetadas e a expectativa de vida é reduzida


Entre 1975 e 1997 a prevalência da obesidade no País aumentou de 8 para 13% em mulheres, de 3 para 7% em homens, sendo o maior aumento foi encontrado nas crianças que passou de 3 para 15% . Isso tem preocupado os especialistas, pois existe uma chance entre 50 e 70% delas chegarem a idade adulta obesas e com problemas de saúde.



Esse aumento pode ter sua causa relacionada à diminuição da atividade física, pois as crianças estão trocando as brincadeiras e a pratica esportiva por computadores, televisão, e jogos eletrônicos; e uma alimentação saudável por alimentos industrializados.


Os resultados demonstrados por um estudo feito pela Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), no que diz respeito à situação econômica, o Brasil revelou que a prevalência de excesso de peso aumenta de acordo com o poder aquisitivo, especialmente entre os homens (3). O que tem sido observado é que a obesidade afeta principalmente indivíduos do sexo masculino de classe social mais alta (9) e que o Sul do País apresentou a maior prevalência de obesidade, sendo essas semelhantes, ou até mesmo superiores, a países desenvolvidos.


O excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores extremos. Independente da severidade, o paciente apresenta importantes limitações estéticas, acentuadas pelo padrão atual de beleza, que exige um peso corporal até menor do que o aceitável como normal.


Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo ser algumas vezes graves. Além disso, sobrecarregam sua coluna e membros inferiores, apresentando a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela.


Existem inúmeras complicações associadas à obesidade, representando um desafio para os profissionais da saúde.


Cardiovasculopatias: Doença cerebrovascular; doença vascular periférica; arritmia ventricular; hipertensão; trombose; doença coronariana; morte súbita.


Disfunção psicossocial: Prejuízo da auto-imagem; sentimentos de inferioridade; isolamento social; discriminação social; econômica e outras; susceptibilidade a psico-neuroses; perda de mobilidade; aumento de faltas ao trabalho e licenças médicas, aposentadoria mais precoce.


Doença dermatológica: Estrias; acantose nigricans; hirsutismo; intertrigo; calo plantar; papilomas, dermatite perianal


Doença gastrintestinal: Hérnia de hiato; litíase biliar; colecistite; esteatose hepática.


Doença genitourinária: Anormalidades menstruais e anovulação; diminuição de performance obstétrica (toxemia, hipertensão e diabetes durante a gestação, trabalho de parto prolongado, cesariana mais freqüente); proteinúria.


Doença musculoesquelética: Osteoartrose de coluna e joelho; síndrome do túnel do carpo; gota; esporão de calcâneo; desvios posturais.


Doenças respiratórias: (apnéia obstrutiva do sono; síndrome da hipoventilação da obesidade, policitemia secundária, doença pulmonar restritiva).


Endocrinopatias: Hipotiroidismo; infertilidade; hiperuricemia, diabetes mellitus, dislipidemia;


Miscelânea: Aumento do risco cirúrgico e anestésico; hérnia inguinal e incisional; diminuição de agilidade física e aumento da propensão a acidentes; interferência com o diagnóstico de outras doenças.


Neoplasias: Mama; cérvix; ovário; endométrio; próstata; colorretal; vesícula biliar.

  
O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.


Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida.


Lembre-se antes de começar a fazer dietas malucas, e exercícios sem orientação, procure seu médico e um profissional de educação física.especializada, um professor de Educação Física para que as oriente.


David Prates

Especialista em Treinamento Desportivo e professor na Academia Winner

CREF 053370-G/SP


FONTE.: ACIU

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