quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O que deveremos fazer?


Por Evely Reyes Prado

Nada melhor do que acreditar em dias felizes e harmoniosos que estão por vir!

Pessoas que abraçam a causa animal são norteadas por muita esperança e por uma força extraordinária, a ponto de não desistirem nunca de seu ideal, apesar dos percalços e milhares de entraves que lhes são apresentados.

Se existissem políticas públicas eficazes que conscientizassem a população sobre a importância da posse responsável e dos benefícios decorrentes da esterilização dos animais não teríamos tantos problemas nos inúmeros municípios deste Brasil.

Uma campanha contínua de castração em massa é fundamental para tentar resolver os transtornos causados pelo excesso de bichos abandonados nas ruas.

O CPNA-Centro de Planejamento de Natalidade Animal, há anos realizou um levantamento sobre os programas de controle da população animal implantados nos EUA e constatou que os efeitos foram excelentes desde sua aplicação, a partir da década de 1970.

Dinamarca, Índia, Rússia, México e Nova Zelândia também têm tido bons resultados com essa prática.

Na Bulgária, a ONG Four Paws, em parceria com o governo, promoveu neste ano de 2011 uma campanha maciça de castração com o objetivo de reduzir os animais de rua, também vacinados contra raiva, cadastrados e identificados através de uma etiqueta de plástico em uma das orelhas.

É importante salientar que essas iniciativas devem ter continuidade para que haja eficácia, pois a Natureza segue seu ciclo ininterrupto e as leis que a regem não fazem pausa para descanso.

Nas cidades beneficiadas as estatísticas comprovaram a redução da eutanásia de animais sadios e a diminuição da entrada de bichos nos abrigos.

Aliado a isso, existe o fato de que os países que respeitam seus animais punem severamente os autores dos crimes de crueldade e maus-tratos, pois além de ser um comportamento desumano, ainda pode desencadear, nos agentes que estiverem perturbados em demasia, a prática de possíveis crimes contra pessoas.

Recentemente um americano de 19 anos, na cidade de Denver, no Estado do Colorado alegou ter sido mordido por sua cachorra de cinco meses e manifestou seu desequilíbrio ao esfaqueá-la por cinco vezes no rosto. Não contente com o absurdo de que foi o responsável jogou-a para fora do apartamento, toda ensanguentada, onde permaneceu em completo abandono, perambulando na rua em que morava.

Moradores indignados acionaram a Denver Animal Care and Control e felizmente a pequena cachorra de nome Diamond foi resgatada e passou por uma cirurgia de três horas. Os funcionários da instituição informaram que tão logo esteja recuperada ficará disponível para adoção, pois continua um animal muito dócil, apesar da inexplicável agressão sofrida.

Enquanto o mentiroso rapaz de 19 anos aguarda julgamento, após ter sido preso imediatamente, manifestações de repúdio avolumaram-se na internet e mais de 5000 pessoas organizaram um fã-clube em torno da causa animal, de onde foi criada uma petição em andamento no Change.org com o intuito de exigir que a lei seja aplicada com total rigor.

No ano de 2010, houve também o caso do cão mestiço de pastor alemão, conhecido por Buddy, que amarrado a um veículo foi arrastado pelo pescoço até a morte, no monumento nacional do Colorado, nos Estados Unidos. Noticiado pelo jornal Denver Post, o caso envolveu mais de 100.000 assinaturas, de 111 países, nas petições criadas pelos internautas que pediram a pena máxima para o criminoso: 03 anos em prisão federal, multa de US$ 100.000 e um ano de probação, pela agravante na crueldade contra animais.

Acredito que um povo educado aprende a ter discernimento e sabe que deve preservar os valores éticos que uma sociedade precisa manter para conviver em harmonia.

Essa corrente do bem-estar humanitário deve ser estendida a todos os seres vivos, pois a evolução interior de um indivíduo não suporta atos de violência, sejam eles direcionados a bichos ou a pessoas. A agressão ataca psicologicamente o íntimo do indivíduo, mesmo que ele não seja a vítima direta e perturba seu emocional se ele estiver sintonizado num patamar de empatia e compaixão.

O caso do médico brasileiro, de nome já conhecido, que sem justificativa para a manifestação de crueldade, espancou sua cachorra a golpes de pá na presença de testemunhas e em seguida ocultou o corpo em lugar incerto e não sabido, muito distante dali, chocou a todos.

Que tipo de pessoa é essa, imune aos gritos de dor, a todo o sangue e ao sofrimento desse animal, provavelmente seu desde pequenino?

Não quero aqui deixar subentendido que a monstruosidade de seu ato seria atenuada na hipótese da cachorra ser de um terceiro: longe de mim!

O crime é bárbaro em si mesmo e torna-se pior no instante em que imagino a cena a que ela foi submetida: ser espancada pelo dono até a morte, com quem conviveu por anos, dia a após dia, numa relação única de subserviência, solidariedade e amor incondicional.

A intolerância leva à violência e demonstra o quanto de egoísmo e de desamor se encontram presentes no caminho escolhido pelo indivíduo: nada melhor que uma punição exemplar para bloquear eventuais desgraças.

A lei vigente, porém possibilitou a conversão da pena em prestação de serviços comunitários junto ao CCZ- Centro de Controle de Zoonoses, de Ubatuba-SP, uma vez por semana, durante uma hora, por um determinado tempo. Um corretivo nada rigoroso e muito diferente do esperado.

Mas é importante esclarecer que se não fosse o registro do boletim de ocorrência nem o processo judicial teria existido.

Com toda a divulgação feita através da internet e dos próprios protetores, as pessoas tomaram conhecimento de que por trás de um médico, que na teoria busca salvar vidas pode existir um monstro!

Espero que ele tenha aprendido alguma lição e passe a respeitar os outros cães que ainda continuam sob a sua tutela para não se tornar um reincidente.

Devo salientar, porém que na Câmara dos Deputados foram elaborados projetos de lei no sentido de aumentar a pena para os crimes de crueldade e maus tratos contra animais embora poucos sejam os políticos sensibilizados.

Mas o que deveremos fazer diante de tanta iniquidade?

É importante acreditar nos dias felizes e harmoniosos que estão por vir como resultado da forte união dos protetores, defensores e simpatizantes da causa animal.

É fundamental também que haja mobilização da nossa parte e uma estratégia para a aprovação de punições mais rigorosas que possam inibir a atuação desses seres desumanos.

A transformação está em cada um de nós e só conseguiremos mudar alguma coisa com as nossas próprias ações servindo de exemplo, com muita perseverança e conjunção de esforços. Um mundo livre de violência contra os animais será um mundo isento de selvageria contra os humanos.

Um comentário:

  1. Temos que nos unir contra toda essa crueldade que os animais sofrem, muitas vezes causada por seus próprios donos. Não podemos nos amedrontar e nos calar, precisamos denunciar e divulgar tais monstruosidades, como este caso pavoroso do médico demente FABIO CARVALHO. Pelo menos menos foi condenado e deixou de ser primário!

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